domingo, 30 de outubro de 2011

A ‘planta’ começa a vicejar

Rapidamente alguns meios de comunicação procuraram nosso fundador. Esse fato foi salutar, pois divulgou o Projeto para todos, os próximos e os distantes.
Conversando com o Bispo Diocesano, agora D. Mariano Manzana, ficou combinado que seria necessário passar ao menos seis meses em um Mosteiro. Nosso fundador que já vinha meditando sobre como pedir para passar um ano fora, decidiu  cumprir um “ano sabático” logo após a celebração do Jubileu de Prata Sacerdotal (07 de junho de 2006).
No início de 2006, dois abades da Província Francesa da Congregação Sublacense vieram fazer Visita Canônica no Mosteiro da Anunciação do Senhor e passaram por São José do Mipibu. Por essa ocasião, nosso fundador conheceu D. Jacques Damestoy, Abade de Belloc, e D. Joel Chauvelot, Abade de Tournay e foi convidado para receber a Tradição em uma das duas Abadias. Ao regressar a Mossoró, as reações foram negativas; de um lado, os futuros oblatos se sentiam inseguros com o fato de logo no início ficarem separados por um oceano, de outro, Padre Sátiro comentou que o que havia na França, existia também no Brasil. Ao comunicar a decisão aos abades franceses, eles compreenderam e sugeriram a Abadia de Olinda. Infelizmente, eles não podiam acolher pois estavam recebendo um novo Abade e transferindo o Noviciado para Salvador; a mesma recusa foi ouvida da Comunidade de Mecejana e do Priorado de Garanhuns. Já tendo celebrado o Jubileu de Prata e sem saber para onde ir, Padre Manoel entra em contato com o Arquiabade de Salvador e Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil.

A semente começa a germinar

Nessa época, Padre Flávio Jerônimo do Nascimento, encardinado na Diocese de Mossoró, foi residir em uma comunidade monástica em Natal. Padre Flávio estava já idoso e doente, quando faleceu. D. Bruno acompanhou o esquife para sepultamento em nossa cidade. Nessa ocasião, Padre Guimarães aproveitou para conversar a respeito do projeto. Aí a semente começou a germinar, pois pela primeira vez nosso fundador soube quais providências teriam que ser tomadas. As duas primeiras eram criar uma Associação Civil e criar um estatuto. Enquanto não se tomavam essas providências, o Padre ia regularmente a São José do Mipibu para conhecer a rotina de uma comunidade monástica. Nessa mesma época, através de D. Bruno, nosso fundador conheceu a realidade dos oblatos que são leigos decididos a viver a espiritualidade de São Bento sem deixar seu estado de vida. Foi quando ele se lembrou dos amigos que gostariam de ter uma participação mais ativa do que como simples colaboradores, e criou o grupo dos “futuros oblatos”.

Lançando a semente

Padre Guimarães rezava a Deus que enviasse alguém para ajudá-lo nessa empreitada. Pois ele tinha apenas boa vontade e isso não era quase nada. Foi quando apareceu um rapaz querendo conversar. Nosso fundador já o havia visto nas Missas Dominicais, sempre acompanhado de uma senhora (sua mãe) e cujo jeito piedoso já lhe havia chamado a atenção. Seu nome era Queiroz, passava dos 40 anos, nascido no Ceará, mas morou muito tempo em São Paulo; o motivo da conversa era sua vontade de ingressar na vida monástica. Brotou o riso de Sara na face do Padre. Reconhecendo nessa procura o sinal de Deus, Padre Guimarães partilha a semente do projeto com Queiroz e ambos oram juntos para que Deus envie vocações para a futura comunidade monástica. 
Apareceram  alguns leigos amigos desejando conhecer melhor o Projeto e ansiando por colaborar de alguma forma. Surgiram também alguns jovens desejosos de conhecer a Escola de Serviço do Senhor, por isso iniciaram algumas reuniões freqüentes para estudar a Sagrada Escritura ou outro material que julgassem necessário.

Conhecendo a semente

A Casa da Santíssima Trindade nasceu da vocação de Padre Manoel Vieira Guimarães  Neto, suscitada quando assistiu ao filme “Marcelino Pão e Vinho” (direção de Ladislao Vajda, estrelado por Pablito Calvo e que em 1955 ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro no Festival de Cannes); o que mais o encantou não foi a história de um menino órfão abandonado às portas de um Convento Franciscano, mas o estilo de vida ali retratado. Trabalhar, rezar, o relacionamento dos frades com o povo, comer em comum, tudo isso tocou o nosso fundador.
Contudo, não havia Mosteiros em Mossoró. Somente existia o Seminário Menor de Santa Teresinha e ali ingressou Padre Guimarães.
Corria o ano de 2001, o 20º desde a Ordenação Sacerdotal. Padre Guimarães decide então participar de um Retiro Inaciano. Ao término do Retiro, a conclusão era que não havia crise na vocação, mas duas coisas faltavam em sua rotina: silêncio e vida comunitária. Mas, onde conseguir isso? Resposta simples: num MOSTEIRO. Sem desejar sair de sua cidade natal, nosso fundador decide aqui na Terra de Santa Luzia edificar a Casa de São Bento.
Decidido a cumprir a vontade de Deus, Padre Guimarães pede que Ele envie um sinal para saber o que fazer. Se fosse obra de Deus que as portas se abrissem, caso contrário que as portas se fechassem. Como diz o Evangelho: “Batei e a porta vos será aberta” (Mt 7,7).
A porta começou a se abrir quando falando com alguns irmãos no sacerdócio percebeu que a ideia era bem-acolhida. Ao falar com o Bispo de Mossoró, D. José Freire, e sentir apoio da parte dele também; sentia-se cada vez mais admirado com essas manifestações de apoio.